domingo, 31 de outubro de 2010

Herança Orgânica



Me sinto obrigado (como ser consciente e humano), á escrever umas coisas que penso sobre o homem e sua relação com o ''seu'' meio.
Se falam por aí ,nas teorias mais simplórias e superficiais, que 'a arrumação do seu quarto reflete exatamente o seu estado interior', lá vai então:

EU NÃO TENHO NADA P'RA DIZER. FAÇO O QUE POSSO, QUANDO LEMBRO E QUANDO CONSIGO. E ISSO É MAL.

O bicho-homem está muito preocupado com o cumprimento de prazos e normas para certificação tipo ISO.
9000 para qualidade, 14000 para meio ambiente. Puramente marketing - a ciência mais humana que existe: formas desenvolvidas para se vender e criar necessidades e interesses em coisas supérfluas.

Não passa do mais puro e destilado egoísmo.

Nos preocupamos com a nova tecnologia 3G, 5G, 100000G, bluetooth, internet, wi-fi, prótons, richter e megatons; mas não olhamos na maior parte do tempo pro planeta que estamos.

Não sou exceção nesse ponto e nem vou ser hipócrita aqui. Muito menos aqui.
Muitas vezes ainda sou o acéfalo inconsciente que também joga um chiclete, uma bituca ou um papel na rua.

Somos ciborgues de carne e osso, que nos preocupamos mais na nossa estadia individual neste planeta do que na permanência da espécie. E não só na permanência, mas na evolução e qualificação,desenvolvimento neste planeta.

É exatamente esse padrão de pensamento mesquinho que faz brotar ramos cancerosos, verdadeiros miomas sociais: corrupção, desvios de verba pública, poluição, ganância, adoração ao poder.
Tudo podre.
Ou vocês acham que P-O-D-E-R   e   P-O-D-R-E são simples anagramas coincidentes?
Estão intimamente ligados, mto mais que gramaticalmente.

A espécie humana é uma traidora evolucionária. Destruidora de ecossistemas.
Deveríamos nos afogar e morrer logo na própria vergonha. Porque nos afundando, já estamos.

Não vejo muita esperança nesse planeta.Sinceramente.

Vejo novos movimentos, novos horizontes? Claro.
Vejo muita podridão? Além do horizonte cinza, entre a parte laranja do final do dia e a camada cinza de poluentes.

O mundo adulto, o sistema capitalista (e qualquer outro desenvolvido por humanos), a falta de amor, o egocentrismo, a ganância e o oportunismo em lucrar e acumular em cima de qualquer coisa como peça-chave p'ra nossa estagnação e consequente decadência.

Já vamos virar matéria podre, putrefada. Isso é um fato. Vamos nos decompor, feder...até aí, ok?!
Mas precisamos nos tornar isso enquanto ainda respiramos? Ainda vivos?

Matamos, infartamos, sofremos, adoecemos, morremos muitas vezes, deprimimos, nos alegramos, esquecemos de Deus, pedimos ajuda á Ele... por falta de números!!
Números de telefone, falta de dígitos em conta bancária, números de votos, números de acúmulo. Números de cargas virais. Números de preces. Números de anos. Dosagens de remédios - adivinhe só? em números !
 Números. Tão pequenos e ao mesmo tempo tão decisivos para seres tão desprezíveis e tão maravilhosos como nós.

-Seres que nasceram com a benção da individualidade, mas procuram na padronização a segurança.-

S E R E S que focam o T E R. Melhor seria T E R E S  Humanos.
A alegria no fora. A realização no fora. A constatação no externo. O peso e a medida no longe.

Somos apenas um exemplo de lixo baseado em carbono. Apenas uma maldita tragédia épica.
Somos apenas um exemplo patético da herança orgânica na Terra.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Retomada matemática


Um jogo de cores explode no chão, tipo queda de aquarela
Todas as memórias que vem na cabeça, ainda me ligam á ela,
Foi cedo igual dia que passa rápido...
igual momento dinâmico com pensamento estático...igual o instante que acaba a vela,
o brilho já se foi, mas se reflete na janela da mente ainda, não é a mesma que domina aquela fina ... cena,
da menina, morena,piscina, pequena, ameniza a sina, que fornece um arsenal de temas,
O mundo não passa de um lugar igual todos os mesmos meninos-problema,

onde os sonhos se concretizam metas...
...igual atletas em estágio probatório,
...igual aquele que só veta e em vez de paz gera mais ódio,
...igual as setas que indicam o real, não passando de mais do mesmo, mais um caos aleatório...
ilusório p'ros que almejam...
existem 2 tipos aqui, os que fazem pra si e os que fazem p'ra que os outros vejam


Se eu quisesse cartaz, se não fosse 'in' e pra 'memorian' dos meus pais, pra minha paz,
Muito antes de chegá aqui, foi! jaz...
Comecei essa corrida neguin', largando atrás,
Mas não, não parei sozin'...deixei algemas caída' pelo caminho,
vivendo de coração, envelhecendo e melhorando sempre, copiando os vinho'...


Perspectiva, esperança, o olhar de menino,... nem sempre: não! ás vez' ação, igual quem prende o choro tanto que acaba rindo...o  coincidente,
igual paralelas São, condenadas á se ver, mas NÃO á se cruzarem mais p'a frente,
Gente corre, corre, corre e consome tempo e vida,
Os nomes tão empilhado', esperando alguém apontar a saída,

Esperando secar a Ferida
trabalhando por comida,
esperando cair no colo, p'a virá um emicida...
espera pra clarear a vista,
espera pra vê se paga o que acha que deve e segue á cada dia e cada vez fica pior se sentir leve, alvo móvel de enquadros e revistas...

...percepção de realidade ínfima,



Para p'ra pensá, que fita: ...hoje o mal é parte integrante e ativa da nossa rotina,
o vizinho que 'cê não gosta, num conhece e acha um bosta, e ao me'mo tempo num dá a mínima,
convivência terminal, com a ação zero igual... NX Credo,
Tô falando, sou uma usina-latente-ultra-racional, com zero de desespero... o habitual: eu chego e levo, tipo Mao...Tsé...
...não um tal, não um qualquer..elevo, o grau e o nível...da estação rimática,
austero, congelo,marco e fico, tipo a estação climática, o eterno do infinito...
Rimo só dentro pra ficá na cabeça, amigo,
Mas saio do compasso, paro, passo, pra mostrá que de atual sigo caminho p'a virá um mito...

Tô adquirindo prática, levada enfática,
rimo com coração, por isso num soa automática,
A retomada é matemática, métrica só rimática,
que soa tão bonito nego chama: 'rima clássica...',


depois dessa... tchau, até!
Tô na vida igual na noite, p'a cruzá, eu vô co' fé...

E nem tem como os falso' correr do abate,tio
Problemas que não são meus,nem tô, falô, qualquer debate, bate um fio... com Deus,
restart e seus iguais, música que não floresceu
não sou seu pai, nem dos seus: o tal, o mau...tão superficial, unilateral...
não sou joguete de maluco e nem sou dos que paga-pau,

Tique taque, click clack- blau ???

tsc,tsc! nada disso...
...vim p'a dá o check mate só com foco e compromisso.



'cês podem até pensar que eu não sei o que eu quero...
'cês podem até achar que eu só pago uma de rapaz sério,
'cês podem até pensar que o meu terminal...é igual... um ponto final do buso e tal... assim :
'cês só não podem falar, que eu não fui EU até o fim...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Aforismos e divagações sobre o amor noturno


Tarde da noite (nem tão tarde assim, ok!), a criança voodoo acorda. Dormiu cedo demais e, nesse caso, não solucionou em nada sua ânsia.
Se levanta ainda meio perdido, um misto de desorientação e preguiça.

Nesse mundo de concreto, capital e movimentações sorrateiras, a criança voodoo lembra:

- Putz, hj é dia das crianças!

Sorri de novo em frente ao espelho, com aquela cara de ''grande coisa''. Acha graça do pensamento, balançando a cabeça como que meio desaprovando e achando hilário tal colocação ao mesmo tempo.

Entre um filme e outro, uma noite e outra, segue o presente.

'Um café Vanilla até ajudaria á esquentar nessa noite fria', pensa. Sai de casa, na névoa da madrugada; boina, casaco de lã, calça cinza. Elegante, mas despreocupado ao mesmo tempo. Isso traz o charme.

Andando em meio á madrugada, na névoa densa e condensada,quase se podia cortar fatias de solidão. Lembra do cigarro no bolso.

Pega, meio que tentando esconder os dedos do frio. Para. Olha para os lados. Acende.
O barulho que o cigarro faz ao acender, o primeiro contato da chama com o tabaco, só quem fuma e é atencioso consegue desfrutar.

- E nem daria pra não perceber...

O silêncio metálico dos faróis ao trocar de cor,autorizando o vento á passar pelos cruzamentos outrora abarrotados, o som das luzes de mercúrio, se esforçando em sobreviver mediante tal noite -convidativa para um descanso-, toda a mística noturna liberta e encobrindo tudo e todos, até onde os olhos podem enxergar...

Crianças voodoo amam a noite. Se encantam por ela. Com ela. Através dela. Como uma criança com um brinquedo novo. Cada nova noite aparenta um novo brinquedo. E é.

Não essas noites de 'balada'. Zoação. Pegação.

Nada disso.

Isso no máximo é uma tentativa infame e descabida de se esconder do dia. Simplesmente isso.

A noite que falo, é a das décadas de 30,40,50. A noite cantada por Cartola. A noite dos homens. Sábios malandros. Miles Davis tocando seu blue, que todos classificam como jaizz. Não, você não leu errado e muito menos errei: ja-i-zz.

A noite que abriga as maiores alegrias, as maiores dores. A noite que impulsiona a memória melancólica, eufórica. A noite que simplesmente chega e se instala, abrindo os braços á todos seus filhos. E como uma criança, também encanta, fascina, enfeitiça e amedronta.

Como o nosso pequeno notável Taylor McKinney e seu trabalho de Estudos Sociais, a corrente do 'passe pra frente'.

- Ahhhhh noite...se soubesses...O quanto encanta, engana, magoa. O quanto iludes e revelas...o quanto chorei no teu silêncio.

- Meu caso com você é de outras vidas. E outras noites. Mas... não! não se enciúme por favor... Não se sinta trocada pelas passadas. Muitas tiveram a oportunidade de ficar recostadas neste peito cá. Poucas o tiveram por inteiro. Menos ainda,o entenderam de fato. Extintas e minguadas, já passadas e sepultadas, o adentraram.

- Tua morada, minha princesa negra, se faz dentro. Eterna. Ao lado do fragmento de Deus que carrego, assim como os meus iguais.

- Ah...noite, noite, noite... O que seria de mim sem tú? Ou vós? Já que és plena e imensa. Diversa. Controversa. Densa.

A criança voodoo esperou o cigarro acabar, contemplando o momento. Pensou em comprar pães. Tomar café. Ler um livro. Mas estava inebriado pelo odor das damas, que só desabrocham na escuridão. O cheiro que só a noite traz. O cheiro do calado. Pelo silêncio, quase mórbido, que estava submerso.

Rompeu o silêncio com um breve assobio, improvisando sobre uma frase de 'byebye blackbird'. E seguiu caminhando sem pressa. Sem a cabeça pesada. Sem pretensão nenhuma...

Sumiu na névoa... junto com seus guias, orixás, guardiões. O espírito de Seu Zé, referência e boêmio velho, conhecido nas esquinas e terreiros. Levou junto o amor que já não cabia mais em seu peito.

Ao longe, só restou o eco. Este, mais apaixonado pela noite que a criança voodoo, se esforçou ao máximo para permanecer e tentar possuí-la de todos os modos.
Como todos os outros que tentaram a mesma coisa, falhou.

O boêmio sabe que não pode possuí-la, por isso só a acompanha.
Essa é a sabedoria não ensinada nas escolas do dia, para cortejar damas impossíveis.

Na escola do dia não.
Mas quando a noite cai, tudo se torna possível novamente.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

1\2



Ando meio estranho. Não sei muito bem o que escrever.

Ando tão feliz. Tão completo. Tão só também.
Tão calmo que não me sinto com vontade ou no direito de me privar deste estado.

Estou sentindo que não estou fazendo o que eu quero nesses ultimos tempos. E isso definitivamente NÃO É num nível mais profundo, graças á Deus.
Viver é excelente. Ter compromisso e determinação é vital. Literalmente.

Estou sem timing. Sem rima. Estou meio em ritmo de feriado, meio em ritmo de inverno. Se coubesse mais uma metade, falaria meio preguiçoso. Meio corrido demais.Meio apático. Meio apaixonado. Meio calado. Meio café. Meio cigarro. Meio...

Não sei bem o que acontece.

Ainda não.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

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Faz jus á frase da bandeira de São Paulo: NON DVCOR DVCO.

(SAP: - Não sou conduzido, conduzo.)

Parabéns SP.

Parabéns Tiririca.

Rumo ao g4. E não é do campeonato brasileiro de futebol.


e . final