quarta-feira, 10 de novembro de 2010

...que ainda há tempo.



Ando motivado.

E não é pelos negócios á todo vapor, chegado.
Chega uma hora em que não adianta tentar aprisionar o que não nasceu p'ra ser encarcerado. Vira fardo.

Os porcos de farda me pararam hoje:
- ''Mão pra cima... e tá avisado!''


Ri.
Olhei com cara de desdém e soltei um:
-'' Pois não? ''



Tenho cara de bom moço, tio.
- SOU bom moço. Além dos campos de visão.
Rei, PHD e CEO da criação. Criança em ação. Mas passei da fase super-herói, saca?
Saí daquele movimento de não saber o que acontece, e por não saber, não pensa. E aí sim, ataca.


Parei de andar com semblante rígido. Pés e mãos á mil. Pensamento afoito.
Cheguei hoje tiozin,' onde nem eu esperava: há 3 meses passei pros 28.


Astro do rap? Não. Não astro; mas espero que tenham acesso ao que eu falo. Que eu consiga ser ouvido.
Super campeão mundial ? Não.
Super visão além do alcance? Ás vezes.

Quando Deus e Eu me permito. Uso as maiúsculas no ritmo, já que Deus e Eu habitamos um no outro e ás vezes também fugimos.Fingimos... não ver. Maldito colírio.
Por mãos atadas é melhor só observar, não interceder. Uma espécie de respeito e abrigo p'ro livre-arbítrio.

O canal é sempre deixar acontecer.

Sabe quando menos é mais?
Sabe quando se solta algo, justamente por não aguentar mais?

A cabeça quer, o músculo vacila.
Tô indo devagar. Esperando me chamarem, chegar minha vez na fila.
Vejo vários cansados, querendo esticar pseudo-legados. Pedirem pro treinador: por favor, me tira!
Aê irmão: Tá cansado mesmo?!
Não se apavora. Toca a bola pra mim e respira.

Não tenho pressa que nada aconteça.
Só tenho foco e disciplina, pra estar preparado. Pra que a cabeça não esqueça e a centelha não esmoreça. Alimento com toneladas de fé e amor, p'ra que só cresça.

Não me vendo.
Nem vendendo (que é meu trabalho!), me vendo.
Não me vendo p'ra tudo que eu vejo e tranquilamente fingem não estar acontecendo.

Sigo calado entre os muros grafitados e a calada da noite.
Sigo andando com a cabeça erguida...orgulho mesmo. Afinal, já se foi o tempo do açoite.

Quem veio da onde eu vim, faz mesmo questão de mostrar o que ganhou.
E não é pra esfregar na cara (por mais que uns mereçam isso).
É a última prova, p'ros próprios olhos, que aquilo tudo passou.


Raça é o que determina a estadia.

E não a raça padronizada pelos homens. A raça da gana. De se entregar de corpo e alma. De não se entregar de corpo e alma. Nada á ver com humana. A raça que não é raiva. A raça que é calma. A raça que é tão desconhecida, que uns até a chamam de profana.

Sigo com esmero e entrega, enquanto espero o pacote que não chega. Se marcar o coiote leva .
Enquanto não há fim, estamos no começo.
E o começo tem cheiro de sangue á vera - ainda que lento.


E em todo começo se subentende uma única coisa: que ainda há tempo.



*T.U.R.Ô.|T.H.U.I. é um pseudônimo. Apelido. Resumo.É o NÓS. Mas sou eu, ESSENCIALMENTE, também.*

3 comentários:

  1. "Quem veio da onde eu vim, faz mesmo questão de mostrar o que ganhou. E não é pra esfregar na cara (por mais que uns mereçam isso). É a última prova, p'ros próprios olhos, que aquilo tudo passou". Fechou, Arthur. Bingo. Vc falou por mim e, acho, por muita gente. Linda a sua capacidade de traduzir poeticamente algumas ações/sentimentos. Obrigada!!!!! bjo!!!

    ResponderExcluir
  2. Carai Tio!!!!!
    desculpa a expressão mas vc me conhece irmão, num dava pra soltar um: Bravo!
    tinha que ser o boa e velha expressão de surpresa e admiração tipica de vagabundo:
    DÚ CARAIO!!!

    Sucesso e saude sempre...

    ResponderExcluir
  3. Cada um na sua razão,na sua batida,na sua rima,
    Sua força vem do que você é ,sua raça é sua fé,
    Se vai vencer?Desencana,pois quem é da sua banda............
    Coragem não falta.

    ResponderExcluir