terça-feira, 24 de agosto de 2010

Arrumação


Bagunça (verbo). Bagunça. Bagunça.


Paro. Aquela respirada básica. Nem toda respirada é vital. Mas aquela quando seguro o ar o máximo que consigo, tentando mantê-lo somente com a posse descomunal humana e de repente fffffhhhhhhhhhhh - inspiro. Involuntário. Instintivo.


Isso é a definição de vital.



Qualquer coisa abaixo disso não.

Veio o verão. Suei

Veio o outono. Gripei.

Veio o inverno. Quase congelei.

E no meio do frio, esqueci por um momento que a próxima era a primavera. Chegada das flores. Ainda ventos frios no começo, porém, mais amenos. Como a sabedoria da natureza ensina.



Muito medo. Muito nervoso. Estive em guerra.

A maioria dos ex-combatentes que conheço não apreciam a primavera. Só esperam (e buscam) a próxima. Guerra.

Vivem para guerrear. Só assim se sentem vivos. Relatei aqui em águas passadas que 'a época bélica é onde me sinto mais vivo'. Atenção: MAIS.


Isso não quer dizer somente.



Fui. Com as minhas próprias mãos. É fato que fui atingido e quase morri. Fui carregado por kilômetros. Mas no final recuperei minhas forças.


E aí o óbvio aparece: quando se bagunça muito (e quase tudo fica fora do lugar), a única opção que nos resta (me) é arrumar.


E até o espírito de arrumação, a visão sobre novos pontos, tudo é modificado.

E aí, como naquele 17 de novembro :'(...) e um dia acordamos e percebemos que a dor passou(...)'.

Apesar da bagunça externa de hoje, o interno nunca esteve tão arrumado. E essa é a maior sensação de paz que alguém pode ter. COM CERTEZA.


Pelas próprias mãos. E agora.

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