quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Vão

O viver em muitas vezes se torna complicado; algo de essência tão simples. Tão puro. Tão fácil. E nem venham me falar que não o é. É sim !! - afirmo. E reafirmo. Quantas vezes forem necessárias.

Hoje acordei estranho. Dormi pouco. Acordei ouvindo uma música, que está ecoando até agora :'Não me deixe só' (Vanessa da Mata).
Pensei, pensei, pensei. 'Sabe aquela sensação de redescobrir uma coisa que já se conhecia, mas havia se perdido no tempo?'
Fiquei pasmo. Branco. Calado.

Cabeça voando. Caça de guerra, sem guerra.

O que me aperta o peito á um ponto de quase não suportar são os vãos pelos quais vivemos. Vou vivendo até terça. Pra chegar. Pra não chegar.
Com vãos entre o tempo de escolha e o real tempo hábil para a realização.
Vãos quais muitas vezes me parecem muito maiores do que os da infância; das brincadeiras de amarelinha na rua que já não se encontra mais. Uma amarelinha onde o ''céu'' e o ''inferno'' são atalhos reais para tais lugares.
Vãos onde pessoas se perdem. Pessoas se escondem. E ao mesmo tempo não existem pessoas. E ao mesmo tempo existem.
O vão entre as sessões quais gravo meus riscos. Nos quais assumo, definitivamente, meus riscos. E uma voz desavisada na rua me indaga: ''mas ... pra quê?''.
- Deixa quieto...

Sabe, ás vezes sinto um aperto no peito. Um aperto por tudo que poderia ser e não foi. Um aperto pelo que não veio... pelo que se foi.
Aperto.

Sei que soa meio melancólico. Meio 'down'. Nem sei se era, ou é isso mesmo.


Só sei que os vãos muitas vezes e ainda hoje, vez por outra voltam á me incomodar.

Um comentário:

  1. Sim, sempre os vãos. Como os vãos das horas. Belo texto, amigo. Beijo!
    Nancy

    ResponderExcluir