sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Não acredito. Sem dançar, não...




Acabei de chegar. Estava na Lua. Cabeça na Lua. Pena que o corpo não vá. Será que a ausência de gravidade ou algum outro fator que desconheço mudam o estado de consciência ? Ou a visão?

E a menina que rebolava de um lado pro outro. Dançava quase que em câmera lenta. Impressionante. Atordoa os sentidos. Pelo menos os que sentem. O mais sensacional foi que levei um pincher com complexo de pitbull raivoso pra passear e ele nem estranhou o ambiente. Quase ninguém. Menos mal. Não tava afim de apartar ou separar nada. Muito menos mostrar meu lado Bruce-Jack-bitch-Chang-Lee-Balboa. Não esta noite. Na verdade quase nunca. Não sem motivo e possibilidade. Canalizo pro que precisa. Aprendi a regra do convém?. Aprendi.
Um galo. Parecia um galo. Morreu um. Poderia ter morrido o galinheiro inteiro. Estar vivo não tem preço... Ah, não tem? Então não paga pra ver se vive... Sobrevive na melhor. E olha, se vira pra ver se resiste. Acredite.
Numa boa. Contato excepcional, com um dos que vivem o que eu acredito. Com outra visão. Sou meu produtor. Vou produzindo minha vida. Meus contatos. Meus bits. Meus ideais. Lapidando meus 'diamantes de rua'. Sem lapidar e polir, são só pedras que qualquer um (me) chutaria, sem atenção nenhuma ao valor contido logo ali, na frente do bico do tênis. Nítido. Sem tempo nublado. 'Podemos decolar, capitão!' - Informa a torre de controle e comando.
Salve pro Freestyler, Leo - RJ. Sangue. Salve pra mim. Pro som. Pro Amaru Shakur berrando lá dentro California Love. Pro Bill que não parou de rimar. Pro som nacional. RapSoulFunk. King. Pro Jackal que dançou um monte, se aborreceu nada e se amarrou mais ainda. Minha acidez saiu no suor. Evaporou.
Foda é ver quem não é, tentando ser. Mas o mais incrível é que se mostram. E sabem que os verdadeiros os veêm. Como o tecido do Chapolin que só quem é inteligente vê. Mas esse tecido eu vejo! Normal. Cada um na sua. Todos na mesma. Fisicamente falando, óbvio.

Entre Red Bulls e águas fui encharcando minha noite. Ligado. 'Não acredito em um Deus que não saiba dançar'. Li isso num manual de Yoga antigo uma vez. Sânscrito e tudo mais. Línguas mortas. Me atraem pra ler. Não para lamber. Eu também não. Exorciza-se demônios com dança. E eu os tenho de sobra.
Pra dar, vender, emprestar, esquecer. Como aquele mesmo manual de Yoga que emprestei. Lembro e esqueço de pegá-lo. Lembro e esqueço dos demônios. Algum dia será que eles irão? Ou eu perceberei que não existem? Ou que existem e os mandarei? Ou se estabelecerão de vez e seremos bons vizinhos? Sei lá.
Semi-loucura. Não regulo normal. Eu sei. Vejo na cara das pessoas quando me veêm falando. E ser livre é olhar pro incômodo dos outros e pouco me foder. SONORO- FODA-SE!


Uma pessoa muito especial me falava sempre: 'olha, existem coisas que podem ser feitas por determinadas pessoas. Elas simplesmente podem. Se qualquer outra pessoa as fizer (certas coisas), parecerá ridícula...Mas estas escolhidas não! Podem.'
Tenho culpa que Deus me deu personalidade e estilo? Não. E eu gosto de ver quem não pode olhando de lado. Gingo mais. Pode mandar salgadinhos fardados virem tirar meu gingado. Não devo; não nego. Sou mesmo. Verdade. E isso assusta. Incomoda. Não é luz. É brilho. Reflete de algo maior. Interno. Sina.

Funciono no meu bit. Vou com o meu flow. Não jogo ou rimo pra platéia. Feliz Infelizmente; Não é show... Estou me aperfeiçoando.

É oração: pedido, prece, ruído. Acontece. Não como havia pedido. Ou lido. Mas como deveria desde sempre ter acontecido. Tava escrito. Mesmo achado, ainda pareço perdido. Pareço, amigo. P-a-r-e-ç-o.
Mesmo emprestando só os ouvidos. Analisando, marcando, guardando, estudando, assimilando o não dito.

As entrelinhas do comercial. E não me confunda com as estrelinhas do mundo global(-imaginário). Não faço parte deste cenário. Eu sou o mais real que consigo ser. Sem sacrifício ou horário.

Vou mais, é escrever.Cabeça dispara. Filha da puta! Melhor... Queria e não. Dança e corre. Corre e dança. Pique-esconde? Aos 27? Sem saco. Com saco, aliás. (Risos. - Se me entendessem teria graça pra vocês também...mas já consigo rir de mim mesmo. Vocês deveriam tentar. É algo libertador!)

Sem analogias com filmes. Nada de sétima arte. Hoje não. Estou filmando o meu. Vívido. Homem de aço? Hã hã... Nascimento de um ídolo!
Eu sei sobre o que eu escrevo cara, nem precisa acreditar. Estou me envolvendo. Como se fosse um cobertor. Andei anos com frio. Anos. Pé frio. Membros tremendo. Olhos vazios. Como as ruas do Shaw.
Falando nele, outro dia me falou no ouvido e captei: -'Não sou sobrenatural, é justamente porque rimo sobre o natural(...)'

Entenderam? Não né?! pra variar... Natural.
Na boa, flui. Evolui. Se não, finjo que tô e fui.

Nunca começo pensando em algo. Á não ser que eu esteja possuído, como ás vezes acontece. Aí é um dos meus 7 pecados que escreve. Só empresto as mãos e os olhos. Mas escreveria só também, sem nada. Certeza.

O Dr. Morte interno está morto hoje. Nada de atrocidades ou experiências dantescas. Hoje não. Hoje é a celebração. A redenção. Sem atalhos. Sem facilitações. Sem carne. O negócio é andar. Acelerar o processo. O meu. Numa boa. Não sei como. Não sei o final. Na verdade, não faço a mínima idéia. E estou quase na idade do 'se vira nos 30'. Mas está me chamando. Estão me. Cada verso que leio, que escrevo. Cada batida que eu consigo assimilar. A planta cresce. Muito mais que os pés de maconha dos produtores pra galera alienada. Ou cult. Foda-se x 2.

Essa planta me mantém são. Baque de realidade, sem seringa. Cocaína ou Haldol não frutificam. Essa planta sim. Minha planta-música. Planta-rima. Planta-bit. Planta-idéia. Plantar, uma idéia ?
Só em solo fértil, já ensinava o monge.

Por isso não vejo mais bombados se atracando na noitada como cone crew, piranhas olhando com um playboy encarando O vítima e não A agressora; A inimiga.
Vejo mas não fica. Como comerciais psicodélicos da Mtv. É como se fossem folgas pra mente. Onde não se pensa. Só se espera o tempo passar. Entro em modo standby. Como sleep de tv. Sumo. Desligo. Sem esforço racional. Só um lapso de tempo corrido. Perdido? Nunca. Descanso para visualização e entendimento é estudo. Ócio produtivo e Karl Marx. Cultura adquirida. Nunca perdida se mencionada e perpetuada, discutida. Acariciada.

Falando em tudo, ando vendo tudo em música. Escuto-enxergando. Claves no meu sol. Cada som. Cada nota. Compassos - e esses não fazem só círculos. Não estes. Ato. Passo. Cor. Nuance. Passagem. De gente. De som. De guarda. Trechos. Encaixes. Trechos-encaixes.

Vejo um só caminho. Que se divide em capilares-rotas. O hífen é licença poética. Dá licença, POETA! Pode até ser de walkman, de playzinhos caseiros. Não desmerece ou diminui. Atiça. Ateia. Incandesce.
Inúmeras cabeças. Caspas e afins. Tratamentos eficazes. Um rumo. Assumo. Ao sumo. Até o fim.

Resumo? Não acredite em um Deus que não saiba dançar. Não existe divindade sem música. Sem arte. Sem expressão. Não, não... Sem arte não!

Não acredite. É tentativa de manipulação. Ilusão. Caia Babilônia. Fogo para você e seu relógio decrescente. Só reduz. Retira. Recebe. Retalha. Mata. Extingue. O tempo é um ganho quando estamos fazendo o que gostamos, com alguém que gostamos. O tempo não é o vilão. Nossa escolha e acomodação, são. Vira prisão. Tempo vira carcereiro. Coitado! Nem pode parar pra se explicar.

Não existe um Deus que não saiba dançar. Meu Deus é underground. Não abaixo do solo. Nem tão alto que eu não possa sentí-lo. Não é comercial. Dinheiro não tem á ver. Não com o meu. Não há mainstream. Não. Justo. Com licenças poéticas - como um Jazz bem tocado no improviso. Power Trio. Arrepios corporais. Não braço, nuca. Espírito.

Nada de humanidades pra Ele. Por favor. Sem hipocrisia. E ofensas.

Muitas rimas. Danças também. Salões lotados. Pessoas conscientes. Conhecedoras. Não vítimas midiáticas... Padroamericanizadas. Essas estão estudando para poderem dançar no recreio. Entenderem e se deleitarem com os versos. Estrofes. Passagens. Scratches. Com a energia envolvida. A energia inicial e motivadora. Cíclica. Inesgotável. Estilo NASA e Power Balance. Teoria dos Campos Magnéticos e energias primárias. Isso tudo.

74 bpm pra dobrar o flow e reduzir. Acelera e freia. Brinca. Informa. Direciona. Ama sem interesses pessoais. Ensina.


Isso tudo é como a Gnose e milhões de pedacinhos. O início da alquimia.
Teoria das formas? Platão?
Desencana. Escrevo sobre isso depois.

Fragmentos de Deus.


Amém.

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